Meu príncipe, minha princesa!

Podemos notar mudanças significativas na sociedade contemporânea. É notável que muitas crenças e preconceitos estejam sendo derrubados, que os indivíduos possuem uma capacidade maior pra debater temas diversos. Algo de fundamental importância para construirmos uma sociedade de fato democrática e igualitária.

Não tenho duvidas que estejamos em um processo de transição para uma humanidade mais consciente! No entanto, fico a me perguntar se realmente podemos nos considera atores ativos desse cenário? Se realmente estamos contribuindo de maneira significativa, se não estamos mentindo para nós mesmo, sobre o nosso papel nesse processo.

O modo mais correto de obtermos essa resposta e quando nos avaliamos de maneira sincera e crítica. Quando temos a capacidade de admitirmos os nossos erros, quando percebemos que agimos sobre persuasão da sociedade. Vemos que “nossos” escolhas, não são nossas, mas sim ações que a sociedade nos doutrina a Ter, no entanto não percebemos e achamos que são nossas escolhas!

Gostaria de perguntar as senhoritas de plantão qual é o perfil físico de seu príncipe encantado? Será que elas serão capazes de descrever? E aos rapazes qual são as características físicas de suas princesas? Será que eles também possuem a capacidade de descrever?

Infeliz a ideologia de Willian Lutcher ainda prevalece! E a mídia tem contribuído de maneira eficiente para fortalecê-la, não apenas essa ideologia, mas muitas outras preconceituosas, que justificam a estruturação da sociedade!

Aprendemos ainda quando crianças a cultivar um tipo de “beleza” eurocêntrica, nós excluímos e consideramos totalmente horrendo, qualquer tipo de característica física que esteja fora desse padrão de beleza estabelecido pela sociedade vigente.

Somos verdadeiros monstros, reproduzimos ações preconceituosas mecanicamente, nem nos damos conta de tais atos, mas cotidianamente olhamos para as pessoas e utilizamos desse padrão para determinar se são “feia” ou “bonita”. Provamos assim nossa verdadeira ignorância!

As crianças são exatamente as que mais sentem o efeito desse preconceito camuflado e bem discreto, pois essas não possuem a capacidade de se defender, nem de refletir sobre suas ações. No processo de desenvolvimento psicológico, eles desenvolvem um complexo de inferioridade, criando em alguns casos, ódio de sua própria aparência, almejando ser outro indivíduo, pois acham que assim alcançaram determinado status dentro da sociedade.

Creio que o fim do sistema político-econômico capitalista, não será a resposta para todos os males que enfrentamos, pois podemos perceber ações racistas, machista, homofobicas, enfim diversas maneiras de preconceito, que se dá entre indivíduos da mesma classe social. Lógico que a instalação do sistema político-econômico-social, será um grande avanço nessa e em outras questões.

A única solução para tais problemas seria a conscientização de todos os indivíduos, para que esses pudessem desconstruir essa ideologia preconceituosa e discriminatória que existe dentro de cada um. O meio para reverter toda essa situação seria por meio de políticas educacionais que visem desconstruir toda essa ideologia equivocada, que os pais educassem seus filhos para que esses se tornassem sementes de uma nova sociedade. Mas isso ainda permanece uma utopia.

O que eu pretendo mostra com esse pequeno texto, é o fato de que somos preconceituosos, mesmo que não nos dermos conta disso. Quero poder desperta essa autocrítica que podemos realizar pra nos tornarmos pessoas melhores! Sei que não é fácil, afinal de contas depois de tantos anos de doutrinação mudar parece ser uma tarefa com alto grau de complexidade.

Lauro Araújo